segunda-feira, 4 de junho de 2012

Energia Eólica



30-05-2012

António Sá da Costa: «Renováveis não são a causa de todo o mal»


Mostrar à população portuguesa a vantagem das energias renováveis foi o mote para a campanha que a Apren - Associação de Energias Renováveis encetou e que estará nos meios de comunicação até ao Verão. Tudo começou com uma carta publicada num jornal diário ao ministro das Finanças, depois outra à ministra do Ambiente. Agora a Apren lançou a primeira campanha de publicidade nas redes sociais, com um vídeo sobre sustentabilidade financeira do sector, com um elevado «cariz pedagógico». Em breve será anunciado outro sobre as vantagens ambientais das renováveis.

«Não estamos a pedir nada, nem nos estamos a queixar de nada. Só queremos mostrar que não somos os maus da fita, como parece estar a ser veículado nos últimos tempos», esclarece António Sá da Costa, presidente da Apren. A grande questão é que «não há rendas excessivas», nem as renováveis são «a causa de todo o mal», uma vez que a electricidade representa 25 por cento da energia consumida pelo país e dessa fatia, um quarto é produzido por fontes renováveis. Por outro lado, a terminologia "renda" induz o pagamento de um montante de forma contínua e uniforme, o que não acontece com as renováveis: «os produtores são pagos unicamente pelo que produzem».

Sobre as negociações em curso com a tutela, para a remuneração dos contratos já estabelecidos, Sá da Costa limita-se a lembrar que os governantes já reiteraram que «os contratos firmados não estão em causa», pelo que as negociações em curso só terão efeitos quanto o prazo dos contratos terminar. Daí que seja «complicado» e «difícil» estimar o alcance real dos cortes pretendidos, como o Governo tem vindo a fazer, argumenta o representante do sector.


Energia Eólica
A energia eólica representa o aproveitamento da energia cinética contida no vento para produzir energia mecânica (a rotação das pás) que pode a seguir ser transformada em energia eléctrica por um gerador eléctrico.
O vento é utilizado há milhares de anos para responder às necessidades energéticas da actividade humana, por exemplo para propulsar meios de transporte (barcos à vela), bombear água ou permitir o funcionamento de actividades industriais, como era o caso dos moinhos de vento ainda visíveis no cume de muitos montes portugueses.
Como a maior parte das fontes de energia renovável (excepto a energia geotérmica), a energia eólica é uma forma de energia solar: tem origem no aquecimento da atmosfera pelo sol, que põe em movimento as massas de ar. A rotação da terra, a forma e cobertura da superfície terrestre e os planos de água, influenciam por seu turno o regime dos ventos, ou seja, a velocidade, direcção e variabilidade do vento num determinado lugar.
Hoje em dia, a energia eólica é cada vez mais utilizada para produzir electricidade, seja para utilização local descentralizada, por exemplo em lugares isolados, seja em grandes “parques eólicos” constituídos por vários aerogeradores ligados à rede eléctrica.

Vantagens da Energia Eólica



Os aerogeradores modernos constituem modos eficientes de produção de electricidade, convertendo com elevada eficiência um recurso totalmente renovável, o vento, em electricidade de grande qualidade: os modelos recentes como o E-82 da Enercon permitem ajustar muito precisamente as características da corrente e da tensão que são fornecidas às necessidades da rede eléctrica.

A energia eólica produz electricidade a um custo conhecido, que não depende das variações futuras do preço dos hidrocarbonetos.


A energia eólica é uma fonte de energia descentralizada que cria actividade económica e empregos em zonas rurais e em maior quantidade por MW, do que as formas mais centralizadas de produção de electricidade.

O funcionamento de uma turbina eólica não produz nem emissões tóxicas ou poluentes nem lixo e permite a continuação de actividades (por exemplo agrícolas) no terreno envolvente; mesmo quando se considera todo o ciclo de vida de uma central eléctrica (construção, exploração, desmantelamento), a energia eólica é, de longe, a fonte com o menor impacte ambiental, nomeadamente em termos de emissões de gases com efeito de estufa, responsáveis pelas alterações climáticas.

 

Inconvenientes da Energia Eólica

O maior inconveniente da energia eólica, tal como da energia solar, é óbvio: é a sua intermitência. O vento não sopra sempre à mesma velocidade e não sopra sempre quando a procura de electricidade é maior.

Mas para assegurar a utilização optimizada do recurso eólico em grandes quantidades, três factores vão ter um papel relevante, que o concurso eólico incentiva e que a ENEOP está a pôr em prática:

Sistemas de gestão em tempo real dos parques eólicos para trabalhar eficazmente com as outras fontes disponíveis;

Modelos de previsão ainda mais precisos e fiáveis, de modo a antecipar os regimes de ventos nas horas e nos dias seguintes;

Sistemas de armazenamento de energia, de modo a poder guardar o eventual excesso de energia eólica para usá-lo mais tarde; no entanto, a energia eléctrica não se pode armazenar como tal, e os sistemas químicos de armazenamento (baterias) são demasiado caros e volumosos como para servir à escala do sistema eléctrico nacional. Actualmente, o melhor sistema de armazenamento a grande escala é a utilização de barragens reversíveis, que podem bombear água para cima quando por exemplo há muito vento, e depois aproveitar esta água nas suas próprias turbinas hidroeléctricas para produzir electricidade.



Trabalho elaborado por:Beatriz Melo nº4

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Tipos de Aquíferos

Reservatórios de água subterrânea - aquíferos

Através de técnicas apropriadas pode-se ter acesso à água que circula subterraneamente. Chama-se aquífero a uma formação geológica subterrânea que permite a circulação e o armazenamento de água nos seus espaços vazios, permitindo normalmente o aproveitamento desse líquido pelo ser humano de forma economicamente rentável e sem impactes ambientais negativos. São as águas que precipitam sobre a superfície da Terra que se infiltram no solo por acção da gravidade e originam as água subterrâneas. Estas águas podem ser armazenadas em dois tipos de aquíferos: aquíferos livres e aquíferos confinados ou cativos.Aquífero livre:
Os aquíferos livres podem ser superficiais ou subsuperficiais o que não só facilita a sua exploração e recarga como também a sua contaminação.

Aquífero cativo ou confinado:

Nos aquíferos é possível distinguirem-se as seguintes zonas:

Nível hidrostático ou freático: profundidade a partir da qual aparece água (corresponde ao nível atingido pela água nos poços). Num aquífero livre o nível freático corresponderá ao limite superior do aquífero, uma vez que a água está à mesma pressão que a pressão atmosférica. Esta zona é variável de região para região e na mesma região varia ao longo do ano.
Zona de aeração: localiza-se entre a superfície topográfica e o nível freático. Nesta zona, os poros entre as partículas do solo ou das rochas são ocupados por gases (ar e vapor de água) e por água. A água desta zona é utilizada pelas raízes das plantas ou pode contribuir para o aumento das reservas de água subterrânea.

Zona de saturação: tem como limite superior o nível freático e como base uma camada impermeável. Nesta zona, todos os poros da rocha estão completamente preenchidos por água.
As zonas de aeração e de saturação existem num aquífero livre.

Em ambos os aquíferos há a zona de recarga, zona onde ocorre a infiltração da água, embora seja localizada de forma diferente em cada um dos aquíferos.
A captação das água subterrâneas pode ser feita nos dois tipos de aquíferos através de furos (captações) realizados por empresas especializadas em hidrogeologia. Num aquífero livre capta-se água através de poços. Num aquífero cativo, dado que a água se encontra a uma pressão superior à pressão atmosférica, a água subirá até ao nível hidrostático, designando-se captação artesiana. Pode acontecer a captação ser feita num local onde o nível hidrostático ultrapassa o nível topográfico e, nesse caso, a água extravasa naturalmente a boca da captação. Neste caso a captação designa-se de
captação artesiana repuxante.


Características dos aquíferos:

Porosidade: é a percentagem do volume total da rocha ou dos sedimentos que é ocupado por espaçoes vazios, ou poros. Esta característica constitui a capacidade da rocha em armazenar água, ou seja, é a medida da saturação da rocha. Rochas sedimentares, como conglomerados e arenitos, têm poros entre os grãos de minerais, pelo que podem armazenar uma quantidade apreciável de água. Ao contrário das rochas cristalinas, que não têm poros entre os grãos de minerais, mas podem armazenar água em fracturas.

Permeabilidade: é o parâmetro que se relaciona com o movimento da água no aquífero, ou seja, é a capacidade de as rochas transmitirem fluidos através dos poros ou fracturas. As rochas permeáveis deixam-se atravessar facilmente pela água. A permeabilidade das rochas está relacionada com as dimensões dos poros e com a forma como se estabelece a comunicação entre eles.
Um bom aquífero é simultaneamente poroso e permeável, o que lhe permite armazenar e libertar a água. Exemplos de bons aquíferos são as areais, os cascalhos, os arenitos, os conglomerados e os calcários fracturados.




Trabalho elaborado por:
Alexandra Amaral, nº1

terça-feira, 29 de maio de 2012

Aquíferos

Aquíferos

As formações geológicas portadoras de água sobrepostas por camadas impermeáveis são denominadas aquíferos confinados. Assim, a entrada de água no aquífero é feita, não por cima, mas lateralmente às camadas impermeáveis. Logo, a pressão exercida pela água na superfície do aquífero vai ser maior que a exercida pela atmosfera. O seu reabastecimento ou recarga, através das chuvas, dá-se somente nos locais onde a formação aflora à superfície. Neles o nível hidrostático encontra-se sob pressão, causando artesianismo nos poços que captam suas águas. Os aquíferos confinados têm a chamada recarga indirecta. Já os aquíferos livres são demarcados por uma camada permeável (acima do nível freático) e por uma camada impermeável. Deste modo a pressão que a água exerce no nível freático é igual à pressão atmosférica. Assim a recarga é feita no próprio local, em toda a extensão da formação – recarga directa.
Se efectuarmos furos nestes dois tipos de aquíferos verificamos que:
  • No furo do aquífero confinado a água subirá acima do tecto do aquífero devido à pressão exercida pelo peso das camadas confinantes sobrejacentes. A altura a que a água sobe chama-se nível piezométrico e o furo é artesiano. Se a água atingir a superfície do terreno sob a forma de repuxo então o furo artesiano é repuxante.
  • No furo do aquífero livre o nível da água não sobe e corresponde ao nível da água no aquífero pois a água está à mesma pressão que a pressão atmosférica. O nível da água designa-se por nível freático.
Exemplo:



Nível hidrostático ou freático: profundidade a partir da qual aparece água (corresponde ao nível atingido pela água nos poços). Num aquífero livre o nível freático corresponderá ao limite superior do aquífero, uma vez que a água está à mesma pressão que a pressão atmosférica. Esta zona é variável de região para região e na mesma região varia ao longo do ano.



Trabalho Elaborado por:
Beatriz Melo, nº4

domingo, 27 de maio de 2012

Energias Renováveis

Notícia
02-06-2012

Altran acompanha Solar Impulse no primeiro vôo trans-mediterrânico de Espanha a Marrocos

Activamente envolvida no projecto Solar Impulse desde 2003, a Altran, líder global em consultoria de inovação e em engenharia de alta tecnologia, acompanha agora o avião solar no primeiro vôo
trans-mediterrânico de Espanha a Marrocos.

O objectivo do projecto Solar Impulse é, continuamente, ir além dos limites e dar enfoque ao potencial das energias renováveis. Há mais de uma década que a equipa de especialistas da Altran esforça-se para ir ao encontro deste desafio e transformar o sonho em realidade.

Após o primeiro dia e noite sem combustível em 2010 e o primeiro vôo europeu em 2011, o avião solar prepara-se agora para uma viagem ida-e-volta de 2.500 quilómetros entre a Suíça e Marrocos. Estacionado em Madrid desde o passado dia 25, onde efectuou escala no aeroporto de Barajas, deverá descolar ainda esta semana em direcção a Rabat, capital de Marrocos.

Realizado em várias etapas, o vôo movido exclusivamente a energia solar permite ao Solar Impulse aproximar-se do objetivo de alcançar a volta ao mundo, prevista para 2014. A missão do avião em 2012 é por isso essencial para testar e melhorar a organização de futuros voos.

Levar a cabo um vôo solar bem sucedido é um processo complexo e gera três tipos de desafios para as equipas envolvidas, nomeadamente:
- Desafios técnicos, uma vez que as equipas devem ser capazes de gerir diversos vôos consecutivos, por vezes superior a 20 horas, bem como a entrada de aviões em múltiplas zonas de controlo de tráfego aéreo.
- Desafios meteorológicos, porque o avião irá sobrevoar zonas complexas, como a cordilheira dos Pirinéus, e fazer sua primeira travessia trans-mediterrânica.
- Desafios logísticos e operacionais que exigem a monitorização do avião aproximadamente dois meses. Esta monitorização é efectuada por uma equipa de logística móvel, em terra, que acompanhará o trajeto do vôo, com apoio fornecido pelo Mission Control Centre – MCC, um centro de controlo de missão, com base em Payerne, Suíça. 

Inseridos no MCC, dois dos especialistas da Altran, Christophe Béesau e Stéphane Yong, desempenham um papel fundamental na garantia do sucesso da missão. Durante o vôo, a perícia de ambos será determinante na escolha da rota do vôo, com base num complexo conjunto de critérios, como as condições meteorológicas, o controlo do tráfego aéreo, bem como a energia e gestão do piloto.

De modo a garantir que a equipa esteja pronta para todas as eventualidades, Christophe e Stéphane desenharam um simulador que recalcula as diferentes trajectórias possíveis, em intervalos regulares.
Trata-se de um desafio crucial, uma vez que o avião solar prepara o seu primeiro vôo
trans-mediterrânico de sempre.

Altran


Energia Solar Fotovoltaica

O consumo exagerado de energia nos últimos anos levou a que os recursos fósseis começassem a escassear, sendo assim necessário encontrar alternativas (o menos poluentes possível) tendo sempre por base o fornecimento de energia aos interessados de forma adequada. A energia solar é, de longe, a melhor alternativa possível aos combustíveis e energias fósseis, tornando-se assim num fator quase constante em casas particulares e até empresas, já que a energia existente é praticamente inesgotável, foi importante encontrar as melhores soluções a nível de sistemas de absorção e armazenamento dessa mesma energia.
A energia solar fotovoltaica funciona de forma diferente à banal energia solar, já que esta é adquirida muitas vezes para uma finalidade térmica (o aquecimento de águas residentes em depósitos próprios), a energia solar fotovoltaica não utiliza o calor emitido pelas radiações para produzir eletricidade.


Vantagens da energia solar

  • A energia solar não polui durante seu uso. A poluição decorrente da fabricação dos equipamentos necessários para a construção dos painéis solares é totalmente controlável utilizando as formas de controlo existentes actualmente.

  • As centrais necessitam de manutenção mínima.

  • Os painéis solares são a cada dia mais potentes ao mesmo tempo que seu custo vem decaindo. Isso torna cada vez mais a energia solar uma solução economicamente viável.

  • A energia solar é excelente em lugares remotos ou de difícil acesso, pois sua instalação em pequena escala não obriga a enormes investimentos em linhas de transmissão.

  • Em países tropicais, como o Brasil, a utilização da energia solar é viável em praticamente todo o território, e, em locais longe dos centros de produção energética sua utilização ajuda a diminuir a procura energética nestes e consequentemente a perda de energia que ocorreria na transmissão.

Ficheiro:SolarGIS-Solar-map-Portugal-en.png

Desvantagens da energia solar

  • Existe variação nas quantidades produzidas de acordo com a situação climatérica (chuvas, neve), além de que durante a noite não existe produção alguma, o que obriga a que existam meios de armazenamento da energia produzida durante o dia em locais onde os painéis solares não estejam ligados à rede de transmissão de energia.

  • Locais em latitudes médias e altas (Ex: Finlândia, Islândia, Nova Zelândia e Sul da Argentina e Chile) sofrem quedas bruscas de produção durante os meses de Inverno devido à menor disponibilidade diária de energia solar. Locais com frequente cobertura de nuvens (Londres), tendem a ter variações diárias de produção de acordo com o grau de nebulosidade.

  • As formas de armazenamento da energia solar são pouco eficientes quando comparadas por exemplo aos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), e a energia hidroeléctrica (água).

  • Os painéis solares têm um rendimento de apenas 25%.

Trabalho Elaborado por:
Alexandra Amaral, nº1

terça-feira, 24 de abril de 2012

Metamorfismo

Metamorfismo

Qualquer rocha, quando deslocada para regiões profundas da crosta, pode ser mais ou menos alterada, quer na sua estrutura quer na sua composição mineralógica, sem que ocorra fusão. Este processo, designado por metamorfismo, ocorre em locais com caracteristicas termodinâmicas (temperatura e pressão) específicas, que caracterizam o ambiente metamórfico. As rochas formadas nesse ambiente são metamórficas.


Factores de metamorfismo

  • Existem três tipos de fatores de metamorfismo que, conjugando-se com diferentes graus de intensidade nos diversos locais da terra, conduzem à formação de uma grande variedade de rochas metamórficas:


Tipos de metamorfismo

  • Os diferentes tipos de metamorfismo definem-se em função da intensidade relativa dos fatores de metamorfismo (temperatura, tensão ou fluidos) associados aos diferentes ambientes metamórficos.



Minerais indicadores de metamorfismo

Durante o processo de metamorfismo, as rochas e os minerais preexistentes alteram-se como resultado da ação dos fatores já referidos. As novas condições físicas e químicas a que as rochas passam a estar sujeitas determinam o desaparecimento de certos minerais, a manutenção de outros e a formação de novos.
A presença de novos minerais (minerais de neoformação) permite inferir das condições de pressão e temperatura em que decorreram os processos de metamorfismo, uma vez que a sua formação ocorre em condições de temperatura e pressão com limites bem definidos. Os minerais que permitem caracterizar as condições de pressão e temperatura em que decorrem as transformações designam-se por minerais-índice.



Classificação das rochas metamórficas

Face à grande diversidade de rochas metamórficas e à complexidade da sua classificação, apenas se apresenta um esboço de sistematização, com base na presença ou ausência de foliação, e alguns exemplos mais comuns destas rochas.



Trabalho Elaborado por:
Alexandra Amaral, nº1

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Deformação frágil e dúctil

Deformação frágil ou dúctil

O tipo de comportamento que as rochas apresentam, quando estão sob o efeito de tensões, pode ser frágil - quando entram em ruptura, originando falhas - ou dúctil - quando dificilmente entram em ruptura e experimentam deformações permanentes, originando dobras.
Falhas

As falhas são fraturas na crosta terrestre ao longo das quais ocorreu movimento dos blocos rochosos que as limitam. Apesar das diferentes configurações que uma falha pode assumir, é possível identificar em todas elas elementos que permitem a sua caracterização e classificação. Esses elementos de falha encontram-se descritos na figura abaixo. A orientação da falha é um dado da maior importância para a compreensão dos processos envolvidos na deformação que a originou. Essa orientação é feita através do levantamento de dois parâmetros: a direção da falha e a inclinação da falha, correspondente ao ângulo definido entre o plano de falha e um plano horizontal.




As falhas são classificadas em função do movimento relativo entre os blocos, movimento esse que acaba por originar geometrias tipicamente associadas a três tipos fundamentais.



Dobras

As dobras correspondem a alterações da forma e da dimensão dos blocos rochosos que assim manifestam um comportamento dúctil face às forças a que estão sujeitos.
Tal como nas falhas, é possivel indentificar nas dobras elementos que permitem a sua caracterização e classificação. Esses elementos da dobra encontram-se esquematizados na figura abaixo relativamente a um tipo de dobra muito simples. A orientação das dobras é feita através do levantamento de dois parâmetros: a direção da dobra e a inclinação da dobra.



Para além das muitas classificações possíveis, as dobras podem ser classificadas quanto à disposição espacial dos seus elementos ou quanto à idade relativa dos materiais rochosos que integram a dobra.



Trabalho Elaborado por:
Alexandra Amaral, nº1


sábado, 24 de março de 2012

Magmatismo 1

Diferenciação Magmática

A composição do magma, em quase todas as câmaras magmáticas, varia ao longo do tempo. O processo que causa essa variação é a diferenciação magmática. Um dos processos envolvidos na diferenciação magmática é a cristalização fraccionada. Quando o magma arrefece, minerais diferentes começam a cristalizar a temperaturas diferentes, numa sequência definida que depende da pressão e da composição do material fundido. A fracção cristalina separa-se do restante líquido, por diferenças de densidade ou efeito da pressão, deixando um magma residual diferente do magma original. Assim, um mesmo magma original pode vir a formar rochas diferentes.

No início do século XX, Bowen conduziu uma série de experiências que determinaram a sequência pela qual os minerais cristalizam num magma em arrefecimento. Essa sequência ficou conhecida como Série Reaccional de Bowen.

A figura seguinte representa a Série Reaccional de Bowen.


Bowen demonstrou que, num magma em arrefecimento, certos minerais são estáveis a temperaturas mais altas e cristalizam antes dos outros, que são estáveis a temperaturas mais baixas. A Série Reaccional de Bowen tem dois ramos – um ramo descontínuo e um ramo contínuo. A cristalização ocorre nos dois ramos ao mesmo tempo.
No ramo descontínuo, à medida que se verifica o arrefecimento, o mineral anteriormente formado reage com o magma residual dando origem a um mineral com uma composição química e uma estrutura diferente, e que é estável nas novas condições de temperatura.
No ramo contínuo, que contém apenas plagioclase, verifica-se uma alteração nos iões da plagioclase, sem que ocorra alteração da estrutura interna dos minerais.
Trabalho elaborado por: Alexandra Amaral, nº1

Magmatismo

Rochas Magmáticas

As rochas magmáticas são as que resultam da solidificação ou cristalização de material em fusão. Este material - magma - é mistura complexa de materiais rochosos fundidos, de composição essencialmente silicatada e com uma componente gasosa variável. Formam-se no inteior da Terra, em regiões onde a temperatura atinge valores compreendidos entre os 800ºC e os 1500ºC.
Apesar da grande diversidade das rochas magmáticas, os magmas que as originam podem ser enquadrados em três tipos, definidos em função do seu teor em sílica.


Magma básico (magma basáltico) - é um magma fluído e com temperaturas entre 900ºC e 1200ºC. Este magma associa-se aos limites divergentes e pontos quentes.

Magma ácido (magma riolítico) - é um magma viscoso e com temperatura abaixo de 850ºC. Este magma associa-se a limites convergentes entre placa continental/continental.
Magma intermédio (magma andesítico) - é um magma com características intermédias entre o básico e o ácido. Este magma associa-se a limites convergentes entre placas oceânica/oceânica e oceânica/continental.


Trabalho Elaborado por: Alexandra Amaral, nº1

Fossilização



O Processo De Fossilização

O processo parece ser simples, mas é um pouco complexo.
Quando um organismo morre, inicialmente ele é decomposto pelas bactérias e fungos que degradam a matéria orgânica. Depois disto, o organismo pode ser imediatamente soterrado ou passar por uma série de processos – desarticulação, transporte – e só depois ser soterrado. Esse soterramento irá acontecer quando a água, ou outro agente, transportar o sedimento que irá recobrir o organismo. Depois de soterrado, o organismo irá passar por um processo chamado de diagênese, que consiste na compactação (pelo peso do sedimento) e na cimentação (o sedimento depositado sobre o organismo ou por dentro dele, através de processos químicos, se aglomera e passa a formar uma rocha sedimentar). Nestas condições, esse organismo agora pode ser considerado um fóssil. O movimento das placas tectônicas permite que uma rocha, que antes foi um fundo de mar, por exemplo, seja erguida acima da superfície e fique exposta. Nesta rocha exposta é que o paleontólogo vai procurar pelos fósseis. 




Esquema representando o processo de fossilização.
 Atualizado em
Fóssil de Xiaotingia zhengi, na China. AP
O Archaeopteryx foi classificado como ave após o lançamento de A Origem das Espécies de Darwin








 descoberta de um fóssil na China fez cair por terra uma velha teoria sobre o Archaeopteryx, espécie considerada elo de ligação entre os dinossauros e os pássaros. Segundo o estudo divulgado pela revista Nature, o ancestral das aves faria parte do primeiro grupo.
A razão da reviravolta é um fóssil encontrado na região de Liaoning, na China, batizado de Xiaotingia zhengi. Acredita-se que o animal viveu no período jurássico, entre 145 e 160 milhões de anos atrás.
Segundo a revista, “o Archaeopteryx tem sido colocado na base da árvore de evolução dos pássaros. Ele tem características que o ajudam a ser definido como um pássaro, como braços longos e robustos (equivalente às asas)”.
Porém, análise do Instituto Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia de Pequi, liderada pelo cientista Xing Xu, mostrou que o Xiaotingia está mais próximo de dinossauros como o Velociraptor e o Microraptor do que de pássaros primitivos.
Logo, os cientistas chineses classificaram o Xiaotingia no grupo Deinonychosauria, de dinossauros, e não no Avialae, que reúne aves.
Segundo os chineses, as características que os levaram a fazer a troca foi a constatação de que o Xiaotingia possuia focinho menor e uma expansão da região que fica atrás da cavidade ocular, marcas encontradas no Microraptor, mas não nas aves do grupo Avialae.

Darwin
Descoberto em 1861, pouco tempo depois da publicação de A Origem das Espécies, de Charles Darwin, que revolucionou a paleontologia, o fóssil do Archaeopteryx não demorou para ser classificado como o “elo perdido” entre os pássaros e os dinossauros.
Para o cientista chinês, “ a classificação do Archaeopteryx foi resultado tanto da história quando da escassez de material mostrando a transição de dinossauros para pássaros”.
Para o paleontólogo da Universidade de Ohio Lawrence Witmer, o “Archaeopteryx era considerado uma ave porque tinha penas e nenhum outro tinha. Depois, em outros animais, dedos, mãos e penas passaram a ser descobertos”, diz, explicando a mudança de referencial para considerarem um animal ave ou não.
Para Thomas Holtz, da Universidade de Maryland, ainda não há palavra final sobre o assunto, já que novas descobertas podem levar a outras conclusões.

Trabalho elaborado por:
Beatriz Melo
O processo de fossilização dura milhares de anos.
 28 de julho, 2011 - 07:12 (Brasília) 10:12 GMT

Estratigrafia

Rochas sedimentares, arquivos históricos da Terra

As rochas sedimentares são, normalmente, estratificadas e contêm a maioria dos fósseis.

A estratificação reflecte as alterações que ocorreram na Terra e os fósseis contam a história
 da evolução da Vida e dão informações acerca dos ambientes do passado.

Fósseis

Um dos principais elementos para o estudo do passado da Terra são os fósseis. Eles são restos de seres vivos ou simples vestígios da sua atividade contidos nos estratos das rochas sedimentares e contemporâneos da sua deposição. Em regra, as partes duras dos seres vivos são de mais difícil decomposição, tendo assim maior possibilidade de ficar conservadas nos estratos sedimentares. Fossilização é o processo que conduz à conservação dos vestígios dos seres vivos nas rochas sedimentares. Entre os diversos processos de fossilização destacam-se:

Mumificação – os organismos são conservados inteiros e sem alterações, quando são envolvidos por um meio isolante que evita o contacto com o oxigénio (o âmbar – resina, o gelo ou o alcatrão) (Fig 1).

Moldagem – o organismo ou alguma parte do seu corpo imprime um molde nos sedimentos que o envolvem. Muitas vezes, o organismo desaparece e apenas resiste o molde.

Mineralização – as partes duras podem, em determinadas  circunstâncias, ser preenchidas por minerais transportados em solução que substituem a matéria orgânica, mantendo inalterada a estrutura e a forma do órgão (Fig 2). 

Marcas fósseis – vestígios da atividade dos animais, pegadas, marcas de reptação, ninhos, fezes, entre outros (Fig 3).




Datação Relativa

Numa sequência de estratos, é possível proceder à sua datação relativa, ou seja, à determinação da ordem cronológica da sua formação. Dessa forma, é possível definir um sequência estratigráfica, que representa um registo cronológico da história geológica de dada região. A datação relativa é feita através do recurso a princípios da estratigrafia.

Principio da sobreposição – os estratos da base são mais antigos que os estratos do topo.

Principio da continuidade lateral – se as sequências de deposição forem semelhantes é possível relacionar estratos idênticos de dois locais.

Principio da identidade paleontológica – estratos com os mesmo fósseis, têm a mesma idade.

Principio da horizontalidade – todos os estratos têm uma posição inicial horizontal.

Principio da inclusão – os fragmentos de rocha incorporados num dado estrato são mais antigos que o estrato.

Principio da interseção – um falha/filão é mais recente que os estratos atravessados.


Trabalho elaborado por: Alexandra Amaral, nº1

Rochas Sedimentares

Cerca de 3/4 da Terra são cobertos por rochas sedimentares que revestem partes dos continentes e dos fundos oceânicos. Os sedimentos, precursores das rochas sedimentares, encontram-se na superfície terrestre resultantes de fenómenos de meteorização e erosão de rochas pré-existentes assim como de restos orgânicos. Assim são constituídos maioritariamente por areias, siltes e conchas de organismos. Estes primeiros, formam-se à medida que a meteorização vai fragmentando as rochas da crosta, sendo posteriormente transportados pela erosão.
Processos sedimentares:
A água e o vento são os principais agentes de transporte de sedimentos. Quando estes agentes perdem a capacidade de transportar, devido a uma diminuição da velocidade, ocorre a sedimentação.
Com o continuar da sedimentação, os sedimentos dispostos nos estratos inferiores são compactados (diminuição de volume) e cimentados (precipitação de minerais novos em torno das partículas depositadas, colando-as). Ao conjunto de processos que transformam os sedimentos em rochas sedimentares consolidadas dá-se o nome de diagénese.


Os ambientes sedimentares mais comuns:
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Os sedimentos e as rochas sedimentares são caracterizados pela presença de estratificação - que resulta da formação de camadas paralelas e horizontais, pela deposição contínua de partículas no fundo de um oceano, de um lago, de um rio ou numa superfície continental.
Uma outra caracterísitica das rochas sedimentares é a sua ordenação temporal. Assim numa sequência de estratos que não tenha sido modificada da sua posição original, um estrato é mais antigo do que aquele que está por cima, e mais recente do que o que está por baixo - Princípio da sobreposição.
A estratificação das rochas sedimentares e o príncipio da sobreposição:


É quando se dá a deposição de sedimentos que ocorre o enterramento de organismos que poderão originar fósseis. Nos casos em que ocorre boa preservação das evidências orgânicas, reunem-se geralmente quatro condições:
- enterramento rápido;
- com sedimentos finos;
- em ambiente marinho;
- o organismo contém partes duras.

Trabalho elaborado por:
Beatriz Melo






Classificação das rochas sedimentares

Classificação das rochas sedimentares

As rochas sedimentares, apesar de constituírem apenas uma pequena fração do volume das rochas da crosta, cobrem 75% da superfície dos continentes, facto que se explica atendendo à sua origem superficial.

A grande variedade de rochas sedimentares existente resulta das condições ambientais em que as mesmas se formaram (pressão, temperatura, natureza dos sedimentos, sedimentação e diagénese).

Apesar desta diversidade,  é possível definir em relação à sua origem três grandes tipos de rochas sedimentares:

·       Rochas sedimentares detríticas

São constituídas por sedimentos detríticos, ou seja, clastos constituídos por minerais da rocha original não alterados ou pouco alterados. Estas rochas são classificadas atendendo, sobretudo, ao tamanho dos clastos e ao seu grau de arredondamento e dimensões. Estas podem ser não consolidadas, se os clastos se encontram soltos, ou consolidadas, se os clastos estão ligados por um cimento formado por minerais novos num processo de diagénese.  



·       Rochas sedimentares quimiogénicas

Rochas resultantes de sedimentos químicos em solução. São formadas, essencialmente, por minerais de neoformação resultantes da precipitação de substâncias em solução (calcários de precipitação) ou por evaporação do solvente (água) – evaporitos.



·       Rochas sedimentares biogénicas

Rochas formadas, essencialmente, por sedimentos de origem orgânica, isto é, com origem a partir de restos de seres vivos ou de materiais por eles produzidos resultantes da sua atividade.


Trabalho elaborado por: Alexandra Amaral, nº1

Formação das rochas sedimentares

Principais etapas de formação das rochas sedimentares

As rochas formam-se à superfície, ou próximo dela, e resultam da alteração, desagregação e rearranjo dos constituintes de um rocha-mãe preexistente – sedimentar, metamórfica ou magmática – provocados por fatores físicos, químicos e/ou biológicos.
A formação das rochas sedimentares engloba a sedimentogénese, que consiste na formação, transporte e deposição dos materiais provenientes da rocha-mãe, e a diagénese, responsável pela consolidação dos sedimentos e a sua transformação numa rocha consolidada.

Sedimentogénese

A sedimentogénese compreende as seguintes etapas:

Meteorização – processo de alteração e desagregação da rocha-mãe devido à sua exposição aos fatores ambientais, mas que mantém o material original. A meteorização pode ser mecânica (física) ou química.

·         A meteorização mecânica pode resultar:
Da expansão de fraturas devido à congelação da água retido no seu interior; de dilatações e contrações dos minerais quando submetidos a grandes variações de temperatura; da descompressão resultante da erosão das camadas que recobriam a rocha e da ação mecânica da água, vento e da atividade geológica.

·         A meteorização química consiste na decomposição química da rocha, de tal modo que os minerais originais sofrem alterações, de estrutura atómica e/ou de constituição, que os transformam noutros minerais.
Erosão – consiste na remoção dos fragmentos resultantes da meteorização da rocha-mãe. Os  agentes mais comuns envolvidos neste processo são a água, o vento e os seres vivos, sendo a gravidade um fator também importante neste processo.

Transporte – os fragmentos arrancados pela erosão à rocha-mãe vão sofrer um processo de transporte, durante o qual os sedimentos são separados, de acordo com o seu tamanho, pelo agente transportador. Estes  sofrem uma diminuição do tamanho e um arredondamento das arestas.

Sedimentação – o agente transportador vai perdendo energia e os sedimentos vão-se depositando de acordo com o seu peso e tamanho em camadas sucessivas (estratos).

Diagénese
A diagénese compreende as seguintes etapas:

Compactação – pela compactação, verifica-se uma maior aproximação dos sedimentos. O aumento de pressão, devido à acumulação de mais sedimentos, leva à redução do espaço ocupado pelos poros e à deslocação da água dos interstícios.
Cimentação – agregação dos sedimentos por ação de um “cimento” resultante da precipitação de substâncias químicas dissolvidas na água.

Durante a diagénese, também ocorre, por vezes, a recristalização, verificando-se uma alteração da estrutura cristalina de certos minerais por efeito das condições de pressão, temperatura e composição química do meio envolvente.
Trabalho elaborado por: Alexandra Amaral, nº1

Cheias ou enchente: Madeira

http://youtu.be/MSIO99soiVE

Causas

Na origem do fenómeno esteve um sistema frontal de forte atividade associado a uma depressão que se deslocou a partir dos Açores, segundo o Instituto de Meteorologia. O choque da massa de ar polar com a tropical deu origem a uma superfície frontal, que aliada à elevada temperatura da água do oceano acelerou a condensação, causando uma precipitação extremamente elevada num curto espaço de tempo. A orografia da ilha contribuiu para aumentar os efeitos da catástrofe]. É possível que, aliado a valores de precipitação recorde, erros de planeamento urbanístico, tais como o estreitamento de leitos das ribeiras e a construção legal ou ilegal dentro ou muito próximo dos cursos de água, bem como falta de limpeza e acumulação de lixo nos leitos de ribeiras de menor dimensão tenham tornado a situação ainda mais grave.

Trabalho elaborado por:
Beatriz Melo

Erosão Costeira

egunda-feira, Dezembro 18, 2006


Alguns conceitos sobre Erosão Costeira


Dunas da praia da Quinta do Lago (Algarve)A Erosão Costeira está associada a um fenómeno essencialmente natural – a subida relativa do nível médio do mar (NMM). No entanto, os acontecimentos resultantes da intervenção humana no litoral (deficiência de sedimentos, desmantelamento de dunas e a assimetria na distribuição dos sedimentos devido à acção dos esporões, etc.) aceleram o processo da erosão costeira.

As principais causas para o aumento da erosão costeira são: a diminuição do fluxo de sedimentos transportados pelos rios/ribeiros, pois ficam retidos nas albufeiras das barragens; excessiva exploração de areias nos estuários dos rios; destruição sistemática das dunas litorais, devido ao avanço do NMM, à construção em zona costeira e ao constante pisoteio por parte das populações e veraneantes; Avanço da construção sobre a praia do Forte Novo (Quarteira)modificação sensível do regime de ondulação costeira, pela construção de obras portuárias e de protecção sem um estudo de avaliação do impacto ambiental.
Para minimizar os efeitos da erosão e no sentido de estabilizar a linha de costa, podem ser tomadas diversas medidas.
No que se refere às medidas de carácter mais leve, e por isso, mais amigas do ambiente, passam pela protecção e estabilização das dunas, utilizando vegetação e estruturas de estacas (ver exemplo da praia da Manta Rota e Parque Dunar de Matalascañas) e pela dragagem de areias no alto mar e sua deposição em zona de praia (como ocorreu recentemente em Vale do Lobo). O inconveniente deste tipo de intervenção prende-se com o seu elevado custo, uma vez que precisa de ser repetido periodicamente. Cordão dunar ameaçado
Em termos de estabilização pesada, do qual requerem grandes obras de engenharia, existem estruturas transversais e perpendiculares à costa:
As obras construídas transversalmente à linha da costa, tipo esporão, interrompem o trânsito litoral de areias. Estas acumulam-se contra o esporão, no lado montante (barlamar). Devido a esta retenção de areias, verifica-se um aumento da erosão na zona a jusante da obra, fazendo-se sentir estes efeitos, por vezes, a dezenas de quilómetros do local onde a estrutura foi construída (as praias do Forte Novo, Trafal e Vale do Lobo, praias a jusante do porto e esporões de Quarteira, a praia de Matalascãnas (Andaluzia, Espanha), praia a jusante do Porto de Mazagón, e as praias adjacentes da Costa da Caparica, são exemplo disso).
Como consequência desta realidade, verifica-se a tendência para que estas estruturas se multipliquem, devido à elevada potencialidade de degradação do litoral a As necessárias obras de requalificação da praia da Manta Rota (Algarve)jusante (sotamar).
Quanto às obras longitudinais à costa (paredões, enrocamentos), as consequências negativas não são tão óbvias como as dos esporões. Quando os paredões são construídos ao longo da costa litoral, cujo avanço do NMM está afectar campos dunares, essas estruturas impedem, por si próprias, que uma importante fonte de areias possibilite a evolução natural desse litoral. Sem esta reserva natural de areias que era constituída pelas dunas, a praia frontal ao paredão torna-se menos densa e mais sensível à erosão, principalmente durante as marés vivas de Inverno, ocorrendo assim, com frequência, investidas do mar sobre os campos dunares. (ver fotos).
Existem ainda as obras de protecção não aderentes, destacadas (tipo quebra-mares). Estas não têm sido muito utilizadas no nosso país. Os quebra-mares são construídos em mar aberto e têm como função diminuir a força erosiva das ondas, de modo a que a linha de costa não esteja tão exposta à sua acção. Na praia de Vale do Lobo (Algarve), Van Gelder pretende construir uma ilha, a Nautilus Island, que para além de mais um projecto turístico terá a finalidade de proteger a praia de Vale do Lobo e respectivas edificações que se encontram no topo das arribas. Este será um tema a tratar isoladamente noutro artigo.
Factores de Vulnerabilidade Dunar:
As dunas são corpos dinâmicos com capacidade de reagir às diversas pressões excercidas. No entanto, quando as estas são muito elevadas ou de carácter prolongado, o sistema pode atingir estados de degradação irreversíveis. Existem uma série de factores que, isoladamente ou em conjunto, contribuem decisivamente para a ocorrência de degradação dunar:
- A pressão antrópica sobre o corpo dunar;
- A exploração de areias, na praia e campos dunares, é co-responsável pelo desequilíbrio do balanço sedimentar;
- O excessivo pisoteio e pressão de veraneantes conduzem à degradação da vegetação tornando o sistema mais frágil;
- A ocupação dos sistemas com os mais diversos tipos de estruturas, como casas, hotéis, urbanizações, apoios de praia, parques de estacionamento, etc, são factores que conduzem à mais rápida degradação dos cordões dunares. A existência destas estruturas impede as trocas sedimentares com a praia e afecta toda a dinâmica litoral. Além disso, tais estruturas, promovem um aumento do número de visitantes e banhistas com a consequente degradação da vegetação, tornando-se estes locais insustentáveis.
Trabalho elaborado por:
Beatriz Melo